claudemir pereira

Os caminhos que levam à recandidatura de Jorge Pozzobom

Claudemir Pereira

Há pouco menos de quatro anos, o vereador Manoel Badke defendia, com fervor, a união (inclusive no pleito proporcional) do seu Democratas com o então candidato a prefeito pelo PPL, Werner Rempel. Não rolou. Fiel às origens direitistas, o DEM optou por chancelar a dobradinha PSDB/PP, com a dupla Jorge Pozzobom e Sérgio Cechin.

Nos dias que correm, o cenário mudou bastante. Afinal, o DEM é um dos aliados preferenciais do governo, com dois secretários e um punhado de CCs, o que confere, munição política de qualidade. Virou parceiro (quase) certo para outubro e, assim, baliza o caminho a ser trilhado pela recandidatura, ainda não reconhecida, do tucano Jorge Pozzobom a prefeito, outra vez com o pepista Sérgio Cechin de vice.

A manutenção da aliança com o Progressistas é tão estratégica que o PSDB e seus articuladores jogaram todas as suas fichas para inviabilizar a dissidência que se manifestava no partido de Cechin. Desconsiderar a possibilidade de novo cisma não é prudente, mas os estrategistas tucanos se mostram atentos.

De maneira que, e os sinais são bastante evidentes, os próximos passos já começam a ser dados, inclusive com o "fechamento" do acordo com o DEM. Se tudo o mais der errado, assegurou fonte do poder municipal, a aliança PSDB/Democratas/Progressistas já garante, afora bom tempo de propaganda no rádio e na televisão, número bastante interessante de militantes alinhados.

Ainda assim, no espectro ideológico que começa a se montar na cidade, os governistas imaginam (e isso é possível, sim) cooptar um conjunto de siglas do centro para a direita e que não têm condições, mesmo querendo, de montar nominata para concorrer à Câmara e poderão, porém, conceder segundos a ser somados no tempo de propaganda.

Desconsiderando algumas incógnitas entre os partidos médios, aí incluídos, para mero efeito ilustrativo, PL e PSB, que tanto podem se alinhar para cá quanto para lá ou mesmo alhures, sem descartar as candidaturas próprias, há um grupo de siglas que tendem, sim, a ser buscadas pelos articuladores da dobradinha Pozzobom/Cechin.

Mera olhadela entre as agremiações existentes na cidade, conforme o site do Tribunal Superior Eleitoral, e ignorando as (mais ou menos) comprometidas com PT, PDT, MDB ou Republicanos (que já têm seus pré-candidatos), você encontrará possíveis alvos eleitorais do PSDB. Uma lista que pode incluir desde o Avante e o Patriotas, com menos de uma dezena de filiados, até o Podemos, o PSC e mesmo o PSL, ex-partido do presidente Bolsonaro.

Se vão fechar ou não, o papo é outro. Mas que, sim, estão na trilha montada para buscar a reeleição de Pozzobom e Cechin, há poucas dúvidas.

O elefante branco da Vale Machado data-filename="retriever" style="width: 100%;">

Ao lado do Palacete, sede do parlamento, um dia imaginou-se a possibilidade de novo prédio, complementar, capaz de dar melhores condições de trabalho aos legisladores. Mais, segundo o projeto, com acréscimos a beneficiar a comunidade inteira, inclusive, consta, um auditório. 

Estripulias (ou, vá lá, contratempos), inclusive flagradas pela Justiça do Trabalho e anotadas pelo Tribunal de Contas, inviabilizaram a continuidade da obra, hoje apenas um estrebucho da edificação projetada. Que, aliás, está localizada exatamente onde, antanho, coisa de quatro décadas, funcionava (e era motivo de chistes radiofônicos) o Presídio Regional, popularmente conhecido como Casarão da Vale Machado.

Transformado em elefante branco, a cada dia que passa fica mais óbvio que jamais será concluído. E ninguém o quer mais, diga-se. Nem quem o recebeu, menos ainda o que o entregou - a pedido, nunca é demais lembrar -, à prefeitura.

Palpite claudemiriano: repórteres de política que começam agora na profissão, se algum dia se aposentarem, às vésperas ainda estarão falando do prédio inconcluso, ao lado do Palacete da Vale Machado. E ponto.

Os partidos dos sem-candidato
Confirmou-se a informação antecipada por esta página em 4 de janeiro: o Novo está fora do pleito deste ano em Santa Maria. Não haverá concorrentes à prefeitura ou à Câmara. 

É pra lá de duvidosa estratégia novista, que inibe o crescimento da sigla, mesmo que não elegesse ninguém. Isso sem falar que, afinal, a seção santa-mariense do partido tem um deputado estadual (Riesgo, na foto). Outras siglas, menores inclusive, e sem a estrutura ideológica do Novo, terão candidatos, pelo menos ao Legislativo.

Se diga porém que, com a inviabilidade legal de alianças proporcionais, outras siglas, inevitavelmente, também ficarão fora do pleito. São as sem-candidato. Inclusive porque sequer têm filiados em quantidade suficiente para apresentar ao menos uma dezena de nomes - o mínimo para chulear a possibilidade de um desempenho mínimo.

Já o Novo, bem, se trata de partido que não parece muito interessado em crescer. E a decisão, que ninguém duvide, pode frustrar sonhos de filiados. Mas, enfim...

LUNETA

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SEM CLIMA
Se o vereador Leopoldo Ochulaki (que se elegeu com o apelido "Alemão d Gás") vai ou não deixar o PSB agora em março, durante o "mês da traição", em que a troca de partido sem perder o mandato é possível, tornou-se algo absolutamente irrelevante. Dentro ou fora, formalmente, da agremiação, o fato é que o edil, que não concorre à reeleição em 4 de outubro, está completamente "sem clima" na sigla. 

CALENDÁRIO
Desde reuniões da Comissão Representativa da Câmara, durante o recesso, ou mesmo nas manifestações públicas feitas ao longo dos meses quentes, um fato já é possível anotar: a oposição eleva o tom das críticas ao governo municipal. Sim, há fatos incontestáveis a merecer os reptos. Mas, nunca é demais lembrar, trata-se de ano eleitoral. Ah, registre-se também que cresce o volume das loas governistas. 

MULHERES
Que se diga: partidos se esforçam para ir além da mera busca de candidatas para preencher a quota de 30% estipulada em lei. Correm atrás de nomes com conteúdo capaz de trazer votos para as agremiações. Assim, por exemplo, o Cidadania deverá apresentar a colunista Luciane Caurio (da revista Novo Espaço) e o PT terá na sua nominata a presidente da Associação dos Moradores da Vila Belga, Mirna Floresta. 

E O ALIANÇA?
O "Aliança pelo Brasil", partido criado e patrocinado politicamente pelo Presidente da República Jair Bolsonaro, mesmo que formalizado até o prazo legal (4 de abril), muito improvavelmente participará do pleito de 2020. Mas terá candidatos, por outras siglas, que servirão de barriga de aluguel. Por aqui, o ex-presidente do PSL, Patric Lüderitz, é, nos bastidores, o único nome citado como eventual candidato. 

PARA FECHAR!
O Solidariedade, que se coloca como oposição ao governo municipal no pleito de outubro, conta com pelo menos mais um nome oriundo do petismo - além do recém-entronizado presidente Gerri Machado. Trata-se de Sandra Aires, que coordenará a Secretaria da Mulher. Ela também atua no Conselho Municipal de Igualdade Racial (Compir) e é diretora da Escola de Samba Arco Íris.

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